General Zé Maria recusa entregar as pastas ao seu sucessor
Lisboa – O general António José Maria afastado esta semana do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar, recusou entregar as pastas ao seu novo sucessor na cerimonia agendada para esta terça-feira (21). A justificação que o exonerado general faz passar é de que não ira passar as pastas para não revelar segredos do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, de quem é seguidor.
Fonte: Club-k.net
Diz que é para proteger os segredos do ex-Presidente
De acordo com fontes do Club-K, a recusa do general Zé Maria em entregar as pastas já era previsível, uma vez que ele não se sente conformado em ser substituído por Apolinário José Pereira, um veterano da secreta militar que faz parte de um grupo que ele maltratou no passado e afastou por se sentir ameaçado.
O general Antônio José Maria foi, durante a vigência da era Eduardista, num dos principais focos de divisões e tensões internas que proliferam no regime do MPLA. Porem, o ex-Presidente JES perdoava-lhe, sistematicamente, aos erros em que incorria devido a convincentes manifestações de lealdade de José Maria, com o qual partilha alguma afinidade.
Desde que Angola iniciou o processo de transição, o general José Maria foi o único membro do regime a se opor contra a saída de José Eduardo dos Santos do poder. Chegou a convocar uma reunião com os seus subordinados para anunciar que JES cometeu “um grave erro”, ao anunciar a sua retirada da vida política em 2018.
No seguimento da sua recusa em entregar as pastas, esta semana, alegou que João Lourenço não conhece metade dos segredos de José Eduardo dos Santos. Por outro lado o general não cita que segredos são estes que guarda e que lhe faziam ter o ex-Presidente nas suas mãos.
Legado de Zé Maria na era Eduardista
Sobre o próprio general Zé Maria a muito que as suas praticas deixaram de ser segredo. Durante a era Eduardista, notabilizou-se por instrumentalizar os órgãos de justiça angolana com destaque aos tribunais. Junto com o PGR, general João Maria de Sousa destacaram-se na fabricação de um falso golpe de Estado que visou prender e humilhar os jovens do chamado chamado caso “15+2”, que eram críticos a liderança de Dos Santos.
A maior demonstração de poder sobre os tribunais por parte do general José Maria, foi quando recusou entregar o seu principal colaborador José Filomeno Peres acusado de ter ordenado o assassinato do activista Isaías Cassule, em Maio de 2012. Quando o Tribunal de Luanda escrevesse ao SISM requisitando a presença do seu subordinado, o general Zé Maria protegia-o dizendo que encontrava-se na África do Sul a receber tratamento. O julgamento decorreu e o tenente-general José Filomeno Peres, na qualidade de mandante do crime, saiu impune
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